O programa Central do Brasil desta quarta-feira (8) entrevistou a advogada e Conselheira de Políticas para Mulheres do município de São Paulo, Tainã Góis. Em pauta, os avanços e retrocessos, do ponto de vista legal, dos direitos das mulheres. A entrevista faz parte de uma série de participações especiais sobre o Dia Internacional da Mulher, celebrado neste oito de março.

Ela comentou na entrevista que, no Brasil, tem sido comum adotar soluções penais para a violência contra mulher. Tainã acredita que estas ações individualizadas, centradas na busca pelo “agressor marginalizado”, não surte o efeito desejado. É necessário apontar ações mais estruturais, que demandam recursos e investimento na educação

“Em geral, se fala mais em aumentar a pena para os agressores, mas não se mexe no orçamento do Estado, nem no orçamento privado. E o que a gente precisa, de fato, é de mais investimentos”, analisou.

“Nos movimentos feministas, a gente discute que estes métodos de coibir a violência contra a mulher são muito ruins. Porque percebe a violência de forma individualizada, como se essa conduta fosse perpetrada por um agressor que é marginal, quando a gente sabe que os agressores são pessoas conhecidas e do convívio familiar. A nossa concepção é de que a proibição da violência contra a mulher tem que ser feita não com sistema penal, mas sim com educação e investimento”, concluiu.

Outro assunto abordado no programa foi o anúncio do governo Lula de enviar para o Congresso um projeto de lei que busca corrigir a discriminação salarial entre homens e mulheres e punir as empresas que não respeitam a igualdade na remuneração para as pessoas que atuam na mesma função.

“Finalmente, uma medida concreta que vai atuar na questão da diferença salarial. Essa ideia de que as empresas podem ser multadas diretamente pelo Ministério do Trabalho, sem que as empregadas acionem o Poder Judiciário, é muito positiva”, comemorou a advogada.

A entrevista completa de Tainã Góis você confere na edição desta quarta-feira do programa Central do Brasil… assista ao programa completo

E tem mais!

Na edição desta quarta-feira, você acompanha uma reportagem especial sobre o trabalho das catadoras de material reciclável. Hoje, elas representam 70% da força de trabalho no setor e prestam um serviço essencial para a sociedade, mas são muitas vezes invisibilizadas e até sofrem preconceito. Beatriz Ramos e Iolanda Depizzol contam esta história no programa.

Segurança e conflito em perspectiva feminista

A participação das mulheres é fundamental na discussão sobre segurança e territórios em conflito. Neste oito de março, mostramos como os feminismos da América Latina abordam esse tema e buscam superar a violência do estado. É o que mostra a reportagem  de Fernanda Paixão, direto de Buenos Aires.