04/03/2022
PIB cresceu 4,6%, resultado aguardado após o “tombo” do ano anterior. Os resultados da Economia na atual gestão devem mostrar média anual abaixo de 1%, perdendo dos primeiros mandatos de FHC, Lula e Dilma
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,6% em 2021, segundo informou o IBGE na manhã desta sexta-feira (4). Era um resultado esperado, após o tombo de 3,9% no ano anterior. O “mercado” espera mesmo é pelo dado deste ano, que, pelas projeções, confirmará a estagnação econômica que marcou o atual governo. “Apesar de ter encerrado o ano passado 0,5% acima do patamar pré-pandemia (4º trimestre de 2019), o PIB continua 2,8% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014”, diz o instituto.
O desempenho da gestão Bolsonaro-Guedes (1,2% em 2019, -3,9% e 4,6% agora) perde na comparação com seus antecessores. Enquanto os quatro anos de seu governo devem ter PIB médio abaixo de 1% ao ano, o primeiro ano de FHC (de 1995 a 1998) registrou média de 2,6%, os quatro primeiros de Lula (2003-2006) tiveram média de 3,5% ao ano e o primeiro mandato de Dilma (2011-2014), 2,3%. Houve retração de 2015 a 2018, com Dilma e depois Temer. Para este ano, o cenário esperado é da chamada estagflação: baixo ou nenhum crescimento e inflação alta.
O PIB do ano passado cresceu 4,5% na indústria e 4,7% nos serviços. Registrou variação de -0,2% na agropecuária. A taxa de investimento foi de 19,2% do PIB e a de poupança, de 17,4%, ambas acima de 2020 (16,6% e 14,7%, respectivamente). Em valores, somou R$ 8,7 trilhões. O PIB per capita foi de R$ 40.688, aumento real de 3,9% sobre o ano anterior.
Do terceiro para o quarto trimestre do ano passado, o PIB cresceu 0,5%, basicamente devido à agropecuária (5,8%). Já na comparação do quarto trimestre com igual período de 2020, o avanço foi de 1,6%, com alta nos serviços (3,3%) e quedas na agropecuária (-0,8%) e na indústria (-1,3%). Nessa comparação, os resultados mostram perda de ritmo, já que no segundo trimestre (em relação a 2020) o PIB havia crescido 12,3% e no terceiro 4%. Agora, 1,6%.
No acumulado do ano, o resultado negativo da agropecuária se deve, segundo o IBGE, ao “fraco desempenho de algumas culturas da lavoura (cana de açúcar, milho e café) e da pecuária (bovinos e leite), impactadas, principalmente, pelas condições climáticas adversas”. Na indústria, o instituto destaca a alta de 9,7% na construção, que havia caído 6,3% no ano anterior. O setor de transformação subiu 4,6% e as indústrias extrativas, 3%. Todas as atividades de serviços tiveram crescimento.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), um indicador de investimento, cresceu 17,2%. O consumo das famílias aumentou 3,6% e o do governo, 2%. As exportações aumentaram 5,8%, menos que as importações (12,4%).