04/11/2020
Reproduzimos a seguir reportagem do portal Rede Brasil Atual.
Filho do presidente, ex-assessor e outros 15 investigados são alvo de denúncia formal pelo caso da “rachadinha”. Flávio é acusado de comandar esquema operacionalizado por Queiroz
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o senador e ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por comandar uma “organização criminosa” no âmbito do esquema de “rachadinha”, praticado entre os anos de 2007 a 2018. Após mais de dois anos de investigação, o filho mais velho do presidente da República foi formalmente denunciado ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e apropriação indébita.
Além de Flávio, seu ex-assessor Fabrício Queiroz e outros 15 investigados também foram denunciados pelos crimes. A queixa foi ajuizada no dia 19 de outubro. Mas se tornou pública somente na madrugada desta quarta-feira (4) por meio de uma publicação no site do MP-RJ. De acordo com o órgão, o desembargador relator do caso estava de férias, e a denúncia só pôde ser redistribuída na terça (3). O processo agora está em “super sigilo”.
O jornal O Estado de S. Paulo levantou que a denúncia gira em torno de Flávio ter supostamente se apropriado da remuneração de seus assessores. E, depois, praticado a lavagem do dinheiro público por meio de organização criminosa. A Promotoria levantou indícios de que o senador “lavaria” os recursos em transações imobiliárias com dinheiro vivo. Assim como em supostas fraudes nas declarações da sua franquia da rede Kopenhagem, aponta o veículo.
O filho do presidente seria o “autor intelectual” dos crimes, enquanto Queiroz, operacionalizava o esquema de desvio. A quebra do sigilo bancário do ex-assessor indicou saques em dinheiro e transferências bancárias dos funcionários do gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde Flávio era deputado, para a conta de Queiroz.
O amigo da família Bolsonaro também teria colaborado, segundo a denúncia do MP fluminense, para o esquema de lavagem de dinheiro ao pagar contas pessoais de Flávio. As suspeitas vieram à tona após relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão apontou, em 2018, movimentação atípica de R$ 1,2 milhão, durante um ano, na conta de Queiroz. O El País apurou que, no mínimo, R$ 2,7 milhões foram movimentados pelo filho do presidente por meio de seus funcionários. A maioria deles não exercia atividades no gabinete ou sequer dava expediente na Alerj.
Confira no link abaixo:
https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2020/11/mp-denuncia-flavio-bolsonaro-queiroz-rachadinha/