29/01/2025
Reproduzimos, a seguir, reportagem extraída do portal TVT News.
Lista suja do trabalho análogo à escravidão registra a presença de 712 empregadores.
Maior parte dos casos de trabalho análogo À escravidão acontecem na zona rural. Foto: Freepik/Reprodução
Esta terça-feira (28) é marcada pelo Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo. De acordo com o Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil há mais de 63 mil pessoas em situação de trabalho análogo à escravidão. Dessas, 57 mil estão na zona rural.
O município de São Félix do Xingu, no Pará, lidera o ranking de cidades com mais registros, no total são 1.551 casos. Entre eles, 1.331 registros foram em atividades ligadas à criação de bovinos. O local é conhecido por ter o maior rebanho bovino do país, com 2,5 milhões de cabeças de gado. A informação é do dossiê Os Gigantes, publicado pelo Observatório De Olho nos Ruralistas.
Em segundo lugar, a cidade de São Paulo registra 1.430 casos. Para fechar o top três, Açailândia, no Maranhão, tem 904 casos. Confira o ranking completo das 15 cidades com mais trabalhadores em situação análoga a escravidão no site da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região e o Observatório das Migrações em São Paulo, do Núcleo de Estudos de População Elza Berquó da Universidade Estadual de Campinas (Nepo-Unicamp), lançam o atlas temático Proteção à trabalhadora e ao trabalhador migrantes – O Poder Judiciário Trabalhista como agente transformador da sociedade.
O estudo apresenta que em 2024, as denúncias de trabalho escravo ou análogo à escravidão atingiram um recorde, totalizando 3.981 casos. O número representa um aumento de 13% em relação ao ano anterior, como informa o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, do Governo Federal.
De acordo com atlas, de 2010 a 2023, 902 estrangeiros foram resgatados em situação de trabalho escravo, com escolaridade até o 5º ano, oriundos da Bolívia em sua maioria (384).
Uma das principais ações do governo federal para tentar reduzir a realização do crime é a divulgação da “lista suja” do trabalho escravo. Empresas como as Cervejarias Kaiser, do Grupo Heineken, e o cantor Leonardo, fazem parte dela.
Saiba mais: Cantor Leonardo está na ‘lista suja’ do trabalho escravo
Também estão incluídos os nomes de um prefeito e cinco vereadores que assumiram os respectivos cargos em 2025. Eles são o prefeito Marcus Rinco (União), de Alto Paraíso de Goiás (GO); e os vereadores: Fernando Morandi (PSB), de Porto Vitória (PR); Eduardo Lima (PSB), de Beberibe (CE); Fabiano (MDB), de Vera Mendes (PI); Manoel Nascimento (Republicanos), de Amarante (PI); e Gilvan Macedo (Avante), de Ipirá (BA). A informação foi divulgada pelo g1.
Duas vezes ao ano o governo federal por meio da SIT realiza a lista com os nomes de pessoas físicas e jurídicas, ou seja, os patrões e empresas que colocaram pessoas em situações de trabalho análogo à escravidão.
Esses nomes apenas são adicionados após a conclusão do processo administrativo que julgou o caso, com uma decisão sem a possibilidade de recurso. Nesse caso, o patrão e a empresa estão definitivamente condenados pelo crime e não há mais forma de ser considerado inocente no caso. Cada condenado fica com o nome amostra por dois anos.
A lista suja mais atual pode ser encontrada no portal do Ministério do Trabalho e Emprego.
Para tais condenações, são considerados trabalho análogo à escravidão:
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Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas online no Sistema Ipê, de forma sigilosa. A plataforma foi lançada em maio de 2020 pela Secretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho.