17/02/2020
A taxa média de desemprego recuou em 16 das 27 unidades da federação no ano passado, mas em boa parte isso se deve ao trabalho informal (que inclui os empregados sem carteira e autônomos, entre outros), recorde em 20 estados – em 11, mais da metade dos trabalhadores têm ocupações informais –, mostra pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgada nesta sexta-feira (14). Apenas em dois ficou abaixo de 30%.
“Mesmo com a queda no desemprego, em vários estados a gente observa que a taxa de informalidade é superior ao crescimento da população ocupada”, comenta a analista do IBGE Adriana Beringuy. “No Brasil, do acréscimo de 1,819 milhão de pessoas ocupadas, um milhão é de pessoas na condição de trabalhador informal. Em praticamente todo o país, quem tem sustentado o crescimento da ocupação é a informalidade.”
Com média de 11,9% em 2019, a taxa de desemprego variou de 6,1% (Santa Catarina) a 17,4% (Amapá) – em São Paulo, foi de 12,5%, acima da média nacional. Entre as regiões, foi de 7,8% (Sul) a 14,5% (Nordeste), atingindo 10,1% no Centro-Oeste, 11,8% no Norte e 12,2% no Sudeste. O total de desempregados foi estimado em 12,575 milhões, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE em 31 de janeiro e detalhada hoje. Destes, 3,201 milhões estão em São Paulo, 1,3 milhão no Rio de Janeiro, 1,2 milhão na Bahia e 1,1 milhão em Minas Gerais. O Amapá, com a maior taxa, tem 68 mil desempregados.
Dos 93,4 milhões de ocupados no país, 24,2 milhões são trabalhadores por conta própria e 11,6 milhões, empregados sem carteira assinada no setor privado. A taxa média de informalidade – 41,1% – foi superada em 18 estados: vai de 41,2% (Goiás) a 62,4% (Pará). Em 11, supera os 50%. Apenas em dois fica abaixo de 30%: Distrito Federal (29,6%) e Santa Catarina (27,3%). Em São Paulo, atinge 32%.
Em um período de cinco anos, de 2014 a 2019, o número de desempregados no país cresceu 87,7%. Das 27 unidades da federação, 12 tiveram aumento superior a 100% – no Rio de Janeiro, por exemplo, a alta foi de 159%. No estado de São Paulo, chegou a 94,7%.
Esta informação foi extraída do portal Brasil de Fato. (link abaixo)