15/09/2022
Reportagem do portal Rede Brasil Atual… Agência Brasil
Entre 2013 e 2019 o Brasil perdeu quase 30 mil indústrias e 1,4 milhão de vagas, aponta a Pesquisa Industrial Anual do IBGE. A falta de incentivo por parte do governo federal e a crise econômica estão entre os principais responsáveis por essa desindustrialização. A reportagem é de Girrana Rodrigues.
Em 2013, o Brasil chegava a um maior número de indústrias registradas pela série histórica do IBGE. De lá para cá foi só queda. De mais de 334 mil Indústrias, caímos para 306 mil em 2019, o que representa quase 30 mil empresas fechadas em apenas seis anos.
“Nós percebemos que nos últimos anos houve uma perda da competitividade da indústria, teve uma queda significativa da indústria da transformação”, afirma Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE.
“E um dos fatores é a questão da própria perda de competitividade em termos internacionais, muito associado ao câmbio. E o segundo elemento é a própria severidade da crise econômica. Então, o Brasil enfrentou uma crise econômica muito profunda a partir de 2014 e a indústria foi o principal setor é que sofreu impactos dessa crise”, afirma.
O fechamento de tantas indústrias contribuiu para o aumento do desemprego. De acordo com o IBGE foram perdidos 1,4 milhão de postos de trabalho no setor, entre 2013 e 2019. E não só os desempregados foram afetados. A crise também causou uma queda de salário do trabalhador Industrial.
“Todos os grupos também vem pagando salários menores. Apesar da indústria ter essa capacidade de oferecer salários mais elevados, ao longo dos últimos anos este fenômeno também vem se configurando, ou seja, queda na participação da indústria no tocante ao pagamento dos salários. E os trabalhadores da indústria estão ganhando menos também, além da perda de vagas de emprego”, avalia.
Pesquisa do Dieese mostra que na indústria automobilística o baixo investimento em novas tecnologias e a crescente desnacionalização dos componentes automotivos tem sido os vilões da desindustrialização. Por isso é preciso que o governo federal preste atenção às transformações do setor. “O governo tem condições de criar políticas públicas focadas, por exemplo, no setor automobilístico, que contemple essa transformação do veículo a combustão típico para novas fontes renováveis de energia como o veículo elétrico”, avalia o economista do Dieese Fernando Lima.