30/07/2020
“A margem do rio é toda cercada, toda tomada. Alguns pescadores que não moram nas beiradas, moram mais afastados, ficam sem acesso. Tem vez que eles caminham longe para poder encontrar uma brecha… O rio está todo cercado pelos donos das roças, tem muitas que é do agronegócio mesmo. Elas pegam a margem toda, não deixam um corredor pras pessoas terem acesso”.
O relato é de uma nordestina que só não se diz pescadora desde que nasceu por não ter vindo ao mundo dentro das águas do rio. Aos 64 anos, Maria Alice Borges sente na pele as mudanças na vida da população que, assim como ela, mora perto da Lagoa do Curralinho, em Itamotinga, no município de Juazeiro (BA).
Após a transposição do São Francisco e chegada da Companhia Hidrelétrica (Chesf), que explora a bacia hidrográfica, ela afirma que a presença de grandes empresas do agronegócio se fortaleceu por toda a região, criando uma realidade trágica por todo perímetro do rio.
Enquanto as águas são usadas para a irrigação do monocultivo de cana e frutas, os pescadores perdem a possibilidade de manter seu modo de vida tradicional e assistem ao fluxo do rio diminuir nos escassos pontos de acesso livre.
De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA), o setor do agronegócio consome 70% das águas no país.
A reportagem é do portal Brasil de Fato. Para ler a íntegra, acesse o link abaixo.