01/02/2021
Projetos de reestruturação de empresas e bancos públicos costumam ser apresentados como modernização da economia. É preciso observar, no entanto, que, dentro dessa lógica, muitas instituições sérias e comprometidas com a sociedade acabam sofrendo autênticos desmontes, em favorecimento, via de regra, à iniciativa privada.
Atentos, os trabalhadores do Banco do Brasil(BB) paralisaram suas atividades no último dia 29 de janeiro, em protesto à reestruturação anunciada pela Gestão do Banco. A medida prevê o fechamento de centenas de agências, redução de outras, com a extinção da função de caixa e demissão de cerca de 5 mil funcionários. Esse tipo de reestruturação, além de acarreta em danos sociais e econômicos, e altera inclusive a rotina da coletividade. Em muitos municípios brasileiros, o Banco do Brasil é a única instituição bancária a atender a população, o que não deixa dúvida de que o enfraquecimento da instituição prejudicará sobremaneira a todos, com forte impacto negativo para a economia local.
Especialistas afirmam que essa reformulação apresentada pela alta cúpula do BB não é apenas uma reestruturação, mas sim mais uma engrenagem que se move no cenário de destruição de uma instituição pública séria, pública e que está a serviço de todos.
As medidas anunciadas não são isoladas, e não são direcionamentos circunscritos ao Banco do Brasil, mas sim engrenagens de um projeto maior de destruição do que é público, para fins de favorecimento aos interesses e imposições do setor privado. De acordo com os dados oficiais, entre 2016 e 2019 o lucro líquido ajustado do BB apresentou crescimento de 122%, passando de R$ 8,033 bilhões em 2016 para R$ 17,848 bilhões em 2019. No mesmo período, o banco fechou 19% das agências e reduziu o quadro de pessoal em 16%. Ou seja, não é questão de lucro, de retorno, de qualidade do serviço, de comprometimento do quadro funcional, da avaliação do público, sim um
direcionamento político a serviço do setor econômico que preconiza estado mínimo(para o povo), mas que não perde a oportunidade de se aproveitar do Estado.
A Diretoria da AABNB entende que os bancos estatais exercem papel imprescindível na Economia e, consequentemente, para o desenvolvimento do país. Por essa razão, a AABNB apoia os trabalhadores do Banco do Brasil em sua luta contra o desmonte da Instituição. É importante observar que essa ação dos funcionários do BB está inserida no contexto de fortalecimento do serviço público, que trabalha a serviço da sociedade, e pelo enfrentamento ao programa de privatizações.