Assuntos Diversos
Bancários participam de plenária do governo federal sobre o clima

20/08/2024

Reproduzimos, a seguir, informações extraídas do site da Contraf-CUT.

Categoria pode votar no Plano Clima Participativo até o final do mês de agosto para construção da política climática do país que deve ser finalizada até 2035

Imagem ilustrativa

A emergência climática é uma das grandes preocupações da sociedade em todo o mundo. E não é diferente com a categoria bancária. Mesmo em campanha nacional, os bancários permanecem atentos aos temas que transformam suas vidas para além dos locais de trabalho. Assim, no último dia 15, a Contraf-CUT participou da plenária do Plano Clima Participativo.

Realizado em São Paulo, o encontro teve como tema o terceiro maior bioma do país, a Mata Atlântica. As dirigentes Elaine Cutis, secretária de Políticas Sociais, e Rita Berlofa, secretária Relações Internacionais da Contraf-CUT, fizeram parte da plenária ao lado de Jandyra Uehara Alves, secretária nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, e Francisco Pugliesi, secretário de Relações Sindicais e Sociais do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

As plenárias são conduzidas pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), que reúne representantes de 22 ministérios, Rede Clima e Fórum Brasileiro de Mudança do Clima. O objetivo é garantir a participação da sociedade, com o envio de propostas, e informar sobre a construção da política climática do país até 2035.

O tema foi cobrado em mesa de negociação e a Fenaban concordou em incluir cláusula na CCT sobre a instalação de um comitê de crise diante de calamidades e mudanças climáticas, inclusive para atuar em emergências como as que ocorreram no Rio Grande do Sul e Petrópolis.

“É importante ver que o governo federal está dando especial atenção a esse tema”, afirma Elaine Cutis. “Esse formato participativo, de ouvir a sociedade, nos dá a certeza de que, para além dos discursos, ocorrerão ações efetivas para que a gente consiga mudar essa realidade de mudanças climáticas tão duras, tão extremas.”

De fato, das plenárias do Plano Clima Participativo sairão propostas que podem ser incluídas no documento a ser apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em novembro, na COP 29 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), no Azerbaijão. O resultado desse processo de construção da Política Nacional sobre Mudança do Clima será apresentado em novembro de 2025, em Belém do Pará, na COP 30.

“Entendo que esse debate se dá em um momento crucial. Principalmente por ser um assunto que deve nortear as políticas públicas para os próximos 10 anos”, afirma a secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa”. “Então, é uma responsabilidade de todos na sociedade. E no caso do setor bancário envolve a questão do crédito, dos financiamentos para empresas que detonam o meio ambiente, que vão para mineradoras ilegais, que propiciam expropriação de terras indígenas – seja para o agronegócio ou mineração.”

Bancária do Santander, Rita relata que nos debates específicos com o banco há uma cláusula na minuta de reivindicações em que se destaca exatamente isso: não é possível mais que os bancos continuem liberando linhas de crédito para empresas que degradam o meio ambiente. “Porque o respeito ao meio ambiente é também respeito aos direitos humanos”, ressalta ela. “Então queremos instituir uma cláusula que proíba o banco de liberar crédito para empresas que causam prejuízos ao meio ambiente, ao clima, e que dê transparência total à sociedade. Ou seja, que explique por que o crédito deixou de ser ou foi liberado, porque a sociedade tem o direito de saber.”

E resume: “acima de tudo eu acho importante a gente se aprofundar nesse conhecimento, para poder negociar. É uma tarefa urgente para cada ator social, cada cidadão, cada empresa, a que recebe o crédito e a que concede o crédito, conter o aquecimento global e as tragédias climáticas que vêm junto, afetando acima de tudo as populações mais pobres, agravando as desigualdades, e inviabilizando o crescimento com inclusão e sustentabilidade. E, como bancários, temos obrigação de fazer uma pressão para que os bancos tenham responsabilidade social, responsabilidade climática, que é acima de tudo com os direitos humanos e o direito à vida”.

A plenária realizada em São Paulo contou com a participação da ministra Marina Silva (Meio Ambiente), dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Silvio Almeida (Direitos Humanos e da Cidadania). Também do secretário-geral da Presidência da República, Márcio Macêdo; do secretário executivo de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo, José Renato Nalini; do diretor regional do Sesc, Luiz Deoclécio Massaro Galina; além do vice-presidente de Negócios do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron.

“Não por acaso, a campanha dos bancários tem como tema Juntos Construiremos um Futuro Melhor”, lembra Elaine Cutis. “Um futuro melhor exige de todos nós a participação efetiva em defesa do nosso planeta.”

Propostas da classe trabalhadora

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) apresentou cinco propostas para o Plano Clima, que serão integradas ao documento se ficarem entre as mais votadas. Para participar da votação, basta entrar no site gov.br até o final de agosto e deixar seu voto. Confira abaixo as propostas e vote:

1) Programa de Empregos de Interesse Público Comunitário, em territórios atingidos por impactos socioambientais;
2) Indução de cadeias produtivas de baixo impacto ambiental com formação e requalificação profissional;
3) Instalação de Energia Limpa na região do Vale do Paraíba Paulista;
4) Política de incentivo à coleta seletiva de materiais, a promoção do combate à fome e à miséria;
5) Programa de Restauração de Biomas com o conhecimento de povos indígenas e populações tradicionais;

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