Assuntos Diversos
Grito dos Excluídos: 30 anos de lutas e resistência

09/09/2024

Reproduzimos, a seguir, informações publicadas no site da Federação Única dos Petroleiros-FUP.

Grito dos Excluídos faz 30 anos denunciando as desigualdades sociais

‘Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?’

Esse foi o lema da mobilização deste 7 de setembro, em todo o país.

No último sábado, 7 de Setembro, foi realizada a 30ª edição do Grito dos Excluídos, mobilização que reúne movimentos populares, organizações sociais e entidades sindicais, ente elas a CUT, com o objetivo de dar voz às pautas de segmentos minorizados da sociedade como a população negra, os indígenas, mulheres, LGBTQIA+, população em situação de rua, movimentos que lutam por moradia dignam entre vários outros.

O Grito nasceu no Brasil a partir da atuação das pastorais sociais ligadas à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e se firmou como um espaço de denúncia das desigualdades sociais. Todos os anos, ele ocorre no Dia da Independência, ocupando ruas e praças, justamente para que se possa fazer uma reflexão à data sobre a real independência da população.

Por conta da proximidade das eleições municipais, a atividade pode ganhar um caráter político, alertando sobre as consequências do voto em candidatos extremistas que se apresentam como “salvadores da pátria”. Atos foram realizados em várias cidades do país.

Luta

Neste ano, o lema do Grito dos Excluídos é “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”. O secretário de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT, Milton Rezende (Miltinho), explica que durante todos os anos a mensagem foi sobre a necessidade se superação das desigualdades, de ter um olhar do processo de exclusão social ainda existente no país.

“Alguns temas já existiam desde 1995, mas tomaram força nos últimos anos como a fome, a proteção à vida, ao meio ambiente, relacionado à crise ambiental, que tomou grandes proporções este ano, além da intolerância não só política, mas a social que exclui e oprime segmentos da sociedade. Há toda uma agenda que achamos ter superado na década passada, mas que voltaram com força nos últimos anos, com um governo de extrema direita que provocou uma destruição na vida das pessoas mais vulneráveis”, diz Miltinho.

Portanto, diz o dirigente, a pergunta é  “para quem importa salvar essas vidas?”. A marca importante, ele prossegue, é a ideia de superar o patriotismo passivo hoje visto na sociedade. “O que a gente quer é trazer o conjunto da sociedade para uma ação e cidadania ativa, acima de tudo levando em consideração os problema sociais que vivemos”, diz.

O grito envolve organizações, movimentos, entidades religiosas, ou seja, um espaço de toda a base e luta social pra dizer que precisamos de uma outra consciência política, de uma nova ordem mundial, não só no Brasil. E a consciência de que as políticas neoliberais só trazem mais adoecimento, mais desemprego, afirma Milton Rezende.

Rezende ainda ressalta que o capitalismo tenta resolver seus problemas “com mais capitalismo, com mais exclusão, não olhando para a vida das pessoas, olhando somente o lucro e pela ordem mundial do próprio sistema”.

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