Surto de queimadas é ofuscado pela pandemia de covid-19

17/08/2020

Desmatamento e queimadas na Amazônia mantêm padrão de 2019 e seus efeitos sobre o Pantanal incluem menor período de chuvas, secas mais severas e incêndios

Naquele 19 de agosto de 2019, uma densa camada de fumaça passou pelo estado de São Paulo. Em diversas regiões, o céu ganhou um tom que ia do cinza-marrom ao amarelado-alaranjado, que chegou a assustar. E o ar tornou-se muito semelhante ao respirado no Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, sul do Pará e Maranhão durante o final do inverno, com a intensificação de queimadas. No leste paulista, onde estão a capital, Grande São Paulo e todo o litoral, o fenômeno pareceu mais impactante. No meio da tarde de garoa daquela segunda-feira escureceu como o cair da noite, embora não fosse ainda nem 16 horas. Conforme meteorologistas, a mudança na direção do vento das camadas mais elevadas da atmosfera, devido a uma frente fria, soprou a fumaça produzida pelas queimadas que ardiam havia dias em parte da Bolívia, Rondônia e Acre para o sul do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Três dias depois, o presidente da França, Emmanuel Macron disse que a cúpula do grupo dos 7 países mais ricos, o G7, devia discutir as queimadas na Amazônia em encontro realizado no fim de semana seguinte. O que se viu na sequência foi o aumento da pressão da opinião pública internacional sobre o governo de Jair Bolsonaro, que revidou com baixarias, ofensas e uma esdrúxula defesa da soberania nacional sobre o bioma em chamas. Um discurso, aliás, que não foi convertido em ações e políticas efetivas de combate ao desmatamento que está na raiz das queimadas.

Em abril o Presidente da República assinou decreto criando o Conselho Nacional da Amazônia Legal, conduzido pelo vice-presidente Hamilton Mourão. A estratégia de colocar militares no comando de ações contra o desmatamento ilegal e queimadas é criticada por especialistas e servidores dos órgãos ligados ao Ministério do Meio Ambiente. O argumento é que a preservação da Amazônia requer especialização e não militarização. Colocar o Ibama em segundo plano implica uma lacuna estratégica que o Exército não consegue suprir, já que sua vocação e especialização são outras.

A reportagem é do site Rede Brasil Atual. Para ler a íntegra, acesse o link abaixo.

https://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2020/08/surto-de-queimadas-e-ofuscado-pela-pandemia-de-covid-19/

 

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