Renegociação de dívidas: reduzir o pagamento de juros pode ser boa estratégia

23/05/2022

Reproduzimos, a seguir, informação publicada no site da Capef…

Nem sempre organizar as próprias finanças  é uma tarefa simples. A depender da renda e das responsabilidades que precisam ser cumpridas, a tarefa se torna uma missão árdua devido ao “malabarismo” necessário para encaixar todas as despesas no orçamento.

Com a inflação na casa dos dois dígitos, o desafio se torna ainda maior. Para esses casos, uma das soluções apontadas pelos especialistas é a troca de dívidas “caras” por dívidas consideradas “baratas”, ou seja, a renegociação e substituição de empréstimos com juros mais altos por financiamentos de juros mais baixos, o que pode facilitar as condições de pagamento.

Segundo Vinícius Aloe, sócio e diretor de produtos da Agi, esse “detalhe” na hora de contratar uma linha de crédito deve ser bastante analisado pelo consumidor porque quanto mais baixos forem os juros mais acessível será o pagamento do empréstimo. “Você não paga apenas o montante emprestado, mas também remunera a instituição financeira que lhe emprestou o dinheiro”, explicou Aloe ao Estadão.

Com essa atenção voltada para os juros, o ideal é comparar a taxa aplicada no seu empréstimos com as outras disponíveis no mercado. Neste trabalho,  Eduardo Filho, especialista em educação financeira e de investimentos da Ágora, cita a Selic, que está a 12,75% ao ano, como um dos parâmetros para avaliar se a aquela dívida é “cara” ou não. A taxa, além de ser um instrumento de combate à inflação, é considerada um indicador de referência para o mercado sobre a cobrança de juros no País.

Famílias endividadas

Segundo os dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 28,6% das famílias relataram ter algum débito em atraso no último mês de abril. O percentual é 4,3 pontos percentuais a mais do que durante o mesmo período do ano passado. O cartão de crédito segue como a dívida mais buscada pelos consumidores, mesmo sendo a modalidade que oferece custos de pagamento mais elevados.

Já a parcela das famílias que informaram não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, e por isso devem permanecer inadimplentes, corresponde a 10,9% dos brasileiros. O percentual também é mais alto do que em abril de 2021. No entanto, a alta foi só de meio ponto percentual.

De acordo com a entidade, a inflação elevada é a principal causa para o aumento do endividamento uma vez que surge entre os consumidores a necessidade de recomposição de renda para manter o seu padrão de vida. O problema é que esse cenário se torna mais prejudicial para as pessoas menos alfabetizadas financeiramente, justamente porque elas costumam recorrer ao crédito mais caro.

Na avaliação de André Barretto, CEO do aplicativo de educação financeira N2, isso acontece porque esse público não tem o conhecimento necessário para comparar as opções de crédito disponíveis no mercado e ainda apresenta dificuldades na hora de organizar o próprio orçamento.

“As pessoas buscam solucionar o problema de forma rápida, mas perdem a noção do parâmetro de comparação. Então, falta visão de longo prazo e a percepção de que pequenos gastos podem fazer diferença na sua vida financeira”, ressalta Barretto.

 

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