A quebra da FTX, até então a segunda maior do mercado de criptomoedas, fez desaparecer algo estimado entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões que pertenciam a seus clientes — de vários lugares do mundo — e detonou uma nova crise de confiança sobre as moedas virtuais.
Nos últimos anos, brasileiros têm mergulhado no universo de bitcoin e de outras criptomoedas menos conhecidas como uma alternativa de investimentos. O país é o sétimo em adoção de ativos virtuais, segundo levantamento recente da plataforma de dados Chainanalysis.
Atraído pelo “boca-a-boca” na internet sobre a ascensão da FTX como player no mercado de criptos, ele decidiu transferir seus fundos de uma outra corretora para lá. Antônio estima que tinha ao redor de US$ 50 mil (aproximadamente R$ 260 mil).
A FTX funcionava como uma bolsa para transações entre diferentes criptomoedas (por exemplo, bitcoin e ethereum, as duas divisas virtuais mais populares entre as milhares existentes) ou para converter dinheiro convencional em criptos (e vice-versa).
Como no mercado financeiro tradicional, havia também a possibilidade de realizar modalidades mais agressivas de investimento. “Estava bem confiante de que [a cotação] iria subir e assim fazia uns “swing trades”, diz Antônio, referindo-se à negociação de curto e médio prazo que aposta na forte oscilação que caracteriza os criptoativos.
Quando os rumores de que a empresa americana não teria capacidade para honrar seus compromissos começaram a ficar mais fortes, ele correu para retirar suas economias. Mas era tarde.
“Tentei transferir o dinheiro. Recebi o e-mail de transferência da FTX, mas nada foi transferido. Nada se concluiu. Aí o desespero pegou, né? Meu Deus… nem é bom eu pensar de novo. Não foi fácil”, diz Antônio.
“Era tudo que tinha. Fiquei no zero.”
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https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63867945