12/07/2022
Reproduzimos, a seguir, matéria publicada dia 07/7/22, no site da Capef, que conversou com Antônio Nogueira Leitão(*), gerente institucional do Instituto de Longevidade MAG
Metade do ano já passou e você não percebeu. Estamos no último mês do primeiro semestre e, em poucos dias, estaremos mais próximos do final de 2022. Parece que foi ontem que celebramos o nosso primeiro Natal – de verdade – pertinho da família. O coronavírus impossibilitou esse encontro por algum tempo. Ainda bem que a vacina chegou e, devagar e sempre, conseguimos enfrentar esse inimigo invisível.
O pós-Covid foi de reflexão para muitas pessoas, especialmente aquelas que padeceram ou perderam entes queridos devido à pandemia. Os questionamentos que ficaram foram principalmente relacionados à fragilidade da vida, ao tempo com quem amamos e ao futuro. Será que chegaremos lá? Tantas indagações mudaram o mindset de grande parte da sociedade.
Mesmo à força, começamos a pensar em possibilidades. Será que estamos realmente preparados para a incerteza que é viver? Na melhor das hipóteses, vamos envelhecer. E aí? Quando já não pudermos (ou não quisermos!) mais trabalhar, a aposentadoria está garantida? Diante de crises econômicas e governamentais, a maior certeza é que temos que fazer a nossa parte e garantir, pelo menos, o nosso.
Aposentar-se de forma tranquila e segura deveria ser algo acessível para todos. Enquanto esse sonho não se realiza, é nossa missão nos organizarmos desde cedo para se preparar para o momento inevitável. Com esse pensamento, convidamos um dos grandes nomes do Brasil, quando o assunto é longevidade, para conversar conosco sobre como ter uma aposentadoria tranquila, a forma certa de calcular sua renda futura de acordo com sua necessidade e até dicas para quem está começando.
(*) Antônio Nogueira Leitão é gerente institucional do Instituto de Longevidade MAG e foi embaixador da rede Aging 2.0 em São Paulo. Bacharel em Psicologia (UFRJ) e especialista em Gerontologia (UERJ). O Instituto tem a nobre missão de trazer à luz os impactos sociais, econômicos e sociais quanto ao aumento da expectativa de vida no nosso país. Acompanhe:
CAPEF – Existe um cálculo específico para prever o custo de vida médio do indivíduo na aposentadoria? Como ele funciona?
Antônio Nogueira Leitão – “É possível estimar o custo da vida na aposentadoria da mesma forma com que se orça um projeto qualquer: colocando na ponta do lápis os custos principais. Nesse sentido, é importante levar em consideração que a cesta de consumo após determinada idade muda.
Ao sair do mercado de trabalho, por exemplo, pode cair o custo com transporte (ida e vinda do trabalho). Por outro lado, a despesa com saúde pode subir (seja porque há maior consumo de remédios, seja porque se assume individualmente a despesa de um plano de saúde).
Uma boa referência é observar como o índice de inflação da Terceira Idade (IPC-3i) varia em oposição ao índice geral.
Certamente, os gastos na aposentadoria também serão influenciados pela sua renda. Então, dependendo do estágio da vida que a pessoa está, ela consegue ter uma visão mais clara de quanto recurso terá ao sair do mercado de trabalho. O ideal é, justamente, definir uma renda almejada desde cedo (‘quero ter R$XX por mês ao me aposentar) e buscar os meios para construir esse patrimônio’).
CAPEF – Há uma idade perfeita para começar a se preocupar com a aposentadoria?
Antônio Nogueira Leitão – “A resposta certíssima a essa pergunta é: quanto mais cedo, melhor. Nesses termos, o ideal é que os pais comecem a formar uma poupança para os filhos ainda pequenos. Não necessariamente essa poupança será usada na aposentadoria, mas a criação do hábito de formação de reserva associado a uma visão de longo prazo pode e deve começar na primeira infância.
Claro que isso passa longe da realidade de muitas pessoas, que só vão despertar para o tema ao entrar no mercado de trabalho ou quando formam família. Hoje, em razão da percepção de que os sistemas previdenciários públicos estão sob pressão cada vez maior, está havendo uma tendência de começar a poupar (e não apenas poupar, mas investir, que é fundamental para a formação da aposentadoria) desde mais cedo.
Em resumo: comece o mais cedo possível. De resto, vale a regra: antes tarde do que nunca.”
CAPEF – Que conselhos você dá para quem ainda não começou a pensar em um futuro mais tranquilo?
Antônio Nogueira Leitão – “Quem não começou a pensar e agir sobre a conquista da Longevidade Financeira, isso é, de como garantir a segurança financeira ao longo de todo o ciclo de vida, não há nada a dizer além de ‘comece’.
O conselho específico do que fazer varia muito da fase da vida da pessoa; se está no início do ciclo de acumulação e da vida profissional, no meio ou mais perto do fim (sendo que o fim, de fato, não tem nenhuma associação direta com o início do recebimento dos benefícios previdenciários, pois muitos aposentados querem e precisam continuar gerando renda).
Independentemente da hora em que essa reflexão e tomada de atitude vão começar para cada pessoa, o que importa, a partir de então, é ter um método que oriente a sua ação. Existem vários no mercado, e há muitos profissionais também que ajudam pessoas que querem preparar seu futuro financeiro (os planejadores financeiros). Vale procurar essa orientação.
Não posso deixar de falar, no entanto, na contribuição que o Instituto de Longevidade MAG dá com seu método da Longevidade Financeira. É fruto de um aprendizado nosso de 6 anos falando de preparação para longevidade.
Quem quiser conhecer o método da Longevidade Financeira, pode ler as seguintes matérias:
– ‘Longevidade Financeira é o segredo para ter uma aposentadoria tranquila‘;
– ‘Método das 5 rodas da Longevidade Financeira‘;
– ‘Longevidade Financeira: tempo, disciplina e bons hábitos são essenciais‘.”