19/11/2021
Apesar da pandemia, a concentração de renda no Brasil em 2020 caiu ao menor patamar dos últimos seis anos. No ano passado, o 1% mais rico da população recebeu, em média, 34,9 vezes a renda da metade mais pobre. Enquanto a parcela mais abastada ganhou uma média de R$ 15.816 por mês, per capita, os mais vulneráveis receberam R$ 453. Em 2019, a relação havia ficado em 40 vezes.
A redução da concentração se deve principalmente ao pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 (ou R$ 1.200, no caso de mulheres chefes de família) a trabalhadores informais que ficaram sem serviço na pandemia. Depois, o valor foi reduzido para R$ 300. Em muitos casos, o auxílio fez a renda do trabalhador superar a que ele tinha antes.
Com isso, o Índice de Gini no Brasil melhorou, caindo de 0,506 em 2019 para 0,500 em 2020. No índice, que vai de zero a um, usado para medir a desigualdade social, quanto mais perto de zero, maior a igualdade. Desde 2017, o Brasil não atingia esse patamar.
Os dados foram divulgados hoje e são parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o IBGE, “a desigualdade medida pelo Gini se reduziu em todas as grandes regiões, sobretudo no Norte e Nordeste, regiões onde o recebimento do auxílio emergencial atingiu maior proporção de domicílios.”
Na comparação com 2019, houve queda de 9,4% (R$ 1.632) nos rendimentos médios do 1% mais rico da população. Conforme a pesquisa mostra fatias mais pobres, porém, há aumento nos rendimentos. O maior, percentualmente, foi para os brasileiros que estão entre os 5% e os 10% dos mais pobres. A renda deles subiu 17,6% em 2020, indo para R$ 200 por mês.