Ceará tem descoberta promissora de reservas de petróleo em alto-mar

16/04/2021

Segundo pesquisa preliminar, pode haver o equivalente a cerca de 30 bilhões de barris de petróleo entre a costa do Amapá e o Rio Grande do Norte

A reportagem é do jornal Diário do Nordeste (on line), de Fortaleza. 

O alto-mar do Ceará é uma das áreas onde se encontram novas reservas de petróleo descobertas e estudadas pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Segundo o professor e líder da pesquisa, Allan Kardec Duailibe, o potencial de produção chega a cerca de 30 bilhões de barris na margem equatorial brasileira, do litoral do Amapá ao do Rio Grande do Norte.

Segundo o pesquisador, a indicação dessa possível reserva é algo totalmente novo e, se confirmada, a exploração pode transformar socioeconomicamente toda a região com o aumento significativo com os royalties da produção devida aos estados e municípios e também com o investimento do setor privado.

“Toda a região é suspeita. Realizamos pesquisa sísmica, com navios com sondas, para verificar através do som as camadas abaixo da água. Como há milhares de anos éramos um só continente e na costa da África houve descobertas de reservas em diversos países, como em Gana, Costa do Marfim, Guiana e Suriname, a hipótese é que a costa inteira do Brasil tenha petróleo“, explica Duailibe, que também é ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ele detalha que os campos de óleo devem se localizar em alto mar, a 300 quilômetros da costa e a quatro mil metros de profundidade. As condições, no entanto, apontam para uma extração ainda mais fácil que dos campos localizados no Rio de Janeiro, por exemplo. Isso porque não haveria a camada de 2 km de sal acima das reservas.

“Em águas rasas, toda a região já foi explorada pela ANP. E agora temos essa grande suspeita de campos imensos em águas profundas. Pegamos 10% de alguns campos no Amapá, Pará e Maranhão e chegamos a conclusão que pode haver de 20 a 30 bilhões de barris. Todo o pré-sal no Brasil soma 40 bilhões de barris”, ressalta o pesquisador.

IMPACTO ECONÔMICO

Sobre os impactos socioeconômicos que poderiam vir com a exploração dos campos, Duailibe lembra o exemplo do Rio de Janeiro, que tem sido sustentado pela indústria de petróleo desde a década de 1970. “Cidades como Macaé e Niterói ganham muitos royalties. Em 2019, só o estado do Rio, ganhou R$ 3 bilhões em royalties. Mas esse é um recurso que só entra depois que começa a produção”, afirma.

Ele pontua que antes mesmo dos royalties, a economia local ganha com investimentos públicos em ciência e tecnologia, além dos recursos privados das empresas do setor, que geram dezenas de empregos, desde os básicos até os mais especializados. “Em geral, a indústria petroquímica intensifica o mercado de duas formas: a primeira é financeiramente, porque são sempre grupos milionários, e a segunda é tecnologicamente, tendo em vista que precisa de muita mão de obra”, detalha.

Outros ganhos em decorrência da atividade seria o aumento da arrecadação de impostos e o incremento da indústria de portos.

O consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, ressalta que, apesar de ser um estudo preliminar, sem dados finais ainda, a possibilidade é muito promissora. “Seria excelente no caso do Ceará, porque, com isso, nós teríamos um retorno significativo em termos de receitas através dos royalties, e isso evidentemente moveria a situação social e econômica do Estado”, avalia.

Ele detalha que a primeira fase necessária para se chegar à exploração, de fato, é a de prospecção, que está em andamento no momento. Confirmadas as reservas e determinados os volumes previstos, os campos seguem para autorização da ANP e, em seguida, para o leilão das áreas, quando são concedidas à exploração pela iniciativa privada.

Para ler a íntegra, acesse o link abaixo.

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/ceara-tem-descoberta-promissora-de-reservas-de-petroleo-em-alto-mar-aponta-pesquisa-1.3073525

 

 

 

 

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