“Em águas rasas, toda a região já foi explorada pela ANP. E agora temos essa grande suspeita de campos imensos em águas profundas. Pegamos 10% de alguns campos no Amapá, Pará e Maranhão e chegamos a conclusão que pode haver de 20 a 30 bilhões de barris. Todo o pré-sal no Brasil soma 40 bilhões de barris”, ressalta o pesquisador.
IMPACTO ECONÔMICO
Sobre os impactos socioeconômicos que poderiam vir com a exploração dos campos, Duailibe lembra o exemplo do Rio de Janeiro, que tem sido sustentado pela indústria de petróleo desde a década de 1970. “Cidades como Macaé e Niterói ganham muitos royalties. Em 2019, só o estado do Rio, ganhou R$ 3 bilhões em royalties. Mas esse é um recurso que só entra depois que começa a produção”, afirma.
Ele pontua que antes mesmo dos royalties, a economia local ganha com investimentos públicos em ciência e tecnologia, além dos recursos privados das empresas do setor, que geram dezenas de empregos, desde os básicos até os mais especializados. “Em geral, a indústria petroquímica intensifica o mercado de duas formas: a primeira é financeiramente, porque são sempre grupos milionários, e a segunda é tecnologicamente, tendo em vista que precisa de muita mão de obra”, detalha.
Outros ganhos em decorrência da atividade seria o aumento da arrecadação de impostos e o incremento da indústria de portos.
O consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, ressalta que, apesar de ser um estudo preliminar, sem dados finais ainda, a possibilidade é muito promissora. “Seria excelente no caso do Ceará, porque, com isso, nós teríamos um retorno significativo em termos de receitas através dos royalties, e isso evidentemente moveria a situação social e econômica do Estado”, avalia.
Ele detalha que a primeira fase necessária para se chegar à exploração, de fato, é a de prospecção, que está em andamento no momento. Confirmadas as reservas e determinados os volumes previstos, os campos seguem para autorização da ANP e, em seguida, para o leilão das áreas, quando são concedidas à exploração pela iniciativa privada.