17/08/2023
A 7ª Marcha das Margaridas foi aberta na noite do dia 15 de agosto último, em Brasília. O evento reuniu mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades na capital federal. A abertura contou com a presença de representantes dos movimentos sindicais e de ministros do governo federal. A marcha, efetivamente, foi realizada no dia seguinte (16/8), na Esplanada dos Ministérios.
Dentre as demandas apresentadas pela manifestação estão a ampliação da participação das mulheres na política; combate à violência, racismo e sexismo; autonomia econômica; acesso à terra e educação; segurança alimentar; produção rural aliada à agroecologia; universalização da internet e inclusão digital. Para a coordenadora-geral da marcha e secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Mazé Morais, o movimento “renderá frutos históricos, capazes de mudar a vida de mulheres por meio de uma plataforma de resistência”. O lema da edição de 2023 é Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver.
Participaram do evento as ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Margareth Menezes (Cultura) e Ana Moser (Esporte), além de representantes da Caixa, Banco do Brasil e delegações de 35 países.
Homenagem – o Senado aprovou a inscrição do nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Desde 2000, o nome da marcha é uma homenagem a Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983 em represália à sua luta pelos direitos da categoria. Desde então, a liderança se tornou símbolo da resistência de milhares de homens e mulheres que buscam justiça e dignidade.
Latifundiários daquela região são suspeitos do homicídio, mas, 40 anos depois, o crime permanece sem solução e ninguém foi punido. O caso de Margarida Maria Alves chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em abril de 2020, a comissão concluiu que o Estado brasileiro é responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção e garantias judiciais de Margarida Alves.
Fonte: Agência Brasil