28/05/2021
Com mais de 450 mil mortes, o Brasil ocupa a vice-liderança no número de óbitos por covid-19 no mundo. Além da alta taxa de exposição ao vírus SarsCov-2, um grupo de pesquisadores acredita que o modelo de produção agrícola brasileira pode ter deixado o país mais vulnerável à doença. E o fator principal seria o uso intensivo de agrotóxico que afetam o sistema imunológico dos seres humanos os tornando mais suscetíveis a doenças infecciosas.
A constatação está no relatório “Agronegócio e pandemia no Brasil — uma sindemia está agravando a pandemia de COVID-19?” produzido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) junto a rede de pesquisas internacional Ipen, obtido com exclusividade pela Agência Pública e pela Repórter Brasil.
No trabalho, assinado por nove pesquisadores de universidades do Brasil, Portugal e Dinamarca, o grupo trata a pandemia de covid-19 como uma sindemia, um neologismo que combina as palavras “sinergia” e “pandemia”.
::Artigo | O uso de agrotóxicos é uma escolha política::
“É um termo criado nos anos 90, usado quando uma doença interage com outra produzindo o agravamento do quadro clínico”, explica uma das autoras do trabalho, a médica Lia Giraldo, pesquisadora da Fiocruz e da Abrasco. Em uma sindemia, a interação entre as doenças é facilitada por condições sociais e ambientais que podem tornar uma população mais vulnerável ao seu impacto. O que ajuda a explicar, por exemplo, porque determinados países ou grupos sociais registram uma maior taxa de casos e óbitos por covid-19.
O relatório aponta o agronegócio como parte desse contexto. “O uso intensivo de agrotóxicos afeta o sistema imunológico, a agroindústria aumenta o risco de novas zoonoses e a produção de alimentos industrializados promove a obesidade, aumentando a vulnerabilidade à covid-19”, diz trecho do estudo.
A reportagem é do portal Brasil de Fato. Para ler a íntegra, e para ter acesse ao áudio produzido pela equipe da Rádio Brasil de Fato, clique no link abaixo.