Araújo começou a reverter o processo há três anos com a implantação de um sistema agroflorestal em 1,8 hectare, área equivalente a dois campos de futebol.
O método, que tem sido adotado em várias regiões brasileiras e do mundo, se espelha no funcionamento dos ecossistemas originais de cada região.
Abundância sem irrigação
No início, Araújo plantou espécies da Caatinga que sobrevivem mesmo em solos degradados, como a palma forrageira e o avelós. Depois, passou a podar a vegetação com frequência, usando todo o material cortado para cobrir e adubar o solo.
Com a melhora das condições, espécies mais exigentes, como árvores frutíferas e de grande porte, já começam a pedir passagem. A abundância de flores e frutos atrai aves e abelhas; e animais silvestres que há muito não eram vistos, como veados, voltaram a circular pela região.
Em mais alguns anos, Araújo espera que seu sistema se assemelhe a uma área intocada da Caatinga, com plantas de todas as alturas e alta variedade de espécies, de onde possa tirar mel, frutas e alimento para rebanhos o ano todo.
E tudo isso sem usar agrotóxicos, adubos químicos ou uma só gota de água com irrigação.
“Não falta água na Caatinga”, diz o agricultor, referindo-se ao orvalho que banha a vegetação todas as noites e que o deixa com a roupa molhada ao visitar a agrofloresta pela manhã.
Ele afirma que a água do sereno é suficiente para “manter o sistema funcionando”.