Reproduzimos, a seguir, informação extraída do portal de notícias Rede Brasil Atual.

Com ampliação da rede, serão 782 Institutos Federais espalhados pelo país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (12) a criação de 100 novos campi dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs). Serão 40 mil novas vagas, a maioria em cursos técnicos integrados ao ensino médio. Com as novas unidades, a rede federal passa a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de IFs. O objetivo, segundo Lula, é chegar à marca dos “mil gols”.

“Nós temos uma meta, que é marcar mil gols. E os nossos mil gols vão ser construir mil institutos federais nesse país, para a gente resolver definitivamente o problema da educação”, afirmou Lula. Para ele, a educação é o caminho para tornar o Brasil “um país de primeiro mundo”. E a formação profissional, garantia de cidadania.

“É com base no investimento da educação que a gente pode ter certeza que o Brasil vai chegar a ser um país de primeiro mundo, desenvolvido. Um país de uma sociedade composta por uma grande maioria de gente de classe média”, afirmou o presidente. “Quando a gente fala em investir em educação, é porque uma profissão dá ao homem e à mulher status de cidadania.”

A cerimônia no Palácio do Planalto contou com a presença de reitores, professores e estudantes dos IFs. A proposta faz parte do chamado Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com investimento de R$ 3,9 bilhões. Desse total, R$ 2,5 bilhões são para criar campi e R$ 1,4 bilhão, para consolidar unidades já existentes, com a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.

Autonomia para as mulheres

Em seu discurso, Lula afirmou que a educação é ainda mais importante e valiosa para as mulheres. “Nesse momento histórico em que a questão de gênero ganha uma dimensão extraordinária, a formação da mulher é uma coisa muito importante. Normalmente a gente vê uma mulher passando necessidade, sofre com o seu companheiro, é violentada dentro de casa, é agredida, e ela não toma uma atitude porque ela não tem uma profissão.”

Assim, por meio da educação profissionalizante, as mulheres podem disputar uma vaga no mercado de trabalho. “Porque a mulher não nasceu para fazer só trabalho doméstico. Ela nasceu para fazer o que quiser fazer. E trabalhar fora de casa é uma oportunidade.” Portanto, com trabalho e a própria renda, a mulher consegue conquistar a sua própria autonomia.

“Quando uma mulher tem uma profissão e tem um salário, e pode custear a vida dela, ela não vai viver com nenhum homem que não goste dela”, ressaltou o presidente. “O que é importante é que vocês estudem, tenham uma profissão e andem de cabeça erguida. Porque mulher não é inferior a nenhum homem. E muitas vezes é mais competente, mais inteligente e tem muito mais coragem que o homem. Essa que é a vantagem de estudar, de ter uma profissão”, acrescentou.

Não é gasto, é investimento

Nesse sentido, Lula voltou a repetir que, no seu governo, é proibido falar em “gasto” para se referir aos recursos investidos na educação. “Gasto é dinheiro de cadeia. É gastar uma fortuna para combater a droga, o contrabando, o crime organizado. Isso é gasto. Mas educação, formar os nossos filhos, dar tranquilidade aos pais dentro de casa… Vocês podem ter certeza, se conversarem com os pais de vocês, vão perceber que a coisa mais valiosa, mais sagrada e mais importante que eles querem deixar de herança é a formação profissional de vocês.”

Do mesmo modo, ele destacou o programa Pé-de-Meia, que vai dar R$ 2 mil por ano a alunos de baixa renda no ensino médio. O governo federal vai começar a pagar o benefício a partir do final do mês. “Muita gente diz: ‘Ah, o Lula agora está dando dinheiro. Além de dar dinheiro para pobre no Bolsa Família, além de dar casa de graça para quem ganha nada, agora vai dar dinheiro para estudante…’. Vamos dar. Vamos dar, porque nós queremos que vocês estudem, e que sejam motivo de orgulho do pai e da mãe de vocês.”

Alfabetização e escola em tempo integral

Durante a cerimônia, o ministro da Educação, Camilo Santana, ainda mencionou outros programas que a sua gestão está implementando, como o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Serão 7 mil alfabetizadores espalhados em todos os municípios. Em quadro agravado pela pandemia, o número de alunos que não alcançaram a alfabetização na idade certa saltou para 61,3%. Quando isso acontece, cada ano vai aumentando a distorção idade/série, contribuindo também para o crescimento dos índices de reprovação e do abandono escolar.

Além disso, ele citou o programa Escola em Tempo Integral, com investimento de R$ 4 bilhões. O objetivo é expandir em 1 milhão o número de matrículas de tempo integral até o final do ano.

Camilo ressaltou que a ampliação dos IFs e o Pé-de-Meia são estratégias do governo para combater a evasão escolar. “No último censo, 480 mil jovens deixaram a escola no ensino médio. Estamos perdendo quase meio milhão de alunos por ano. Nós não queremos perder nenhum jovem. A escola é a porta para o futuro melhor. A educação transforma vidas, e é o grande caminho para transformar o Brasil numa sociedade mais justa e igualitária, mais humana e fraterna”.