Assuntos Diversos
Lula afirma que o combate às desigualdades será tema central em sua atuação no G20

12/09/2023

Reproduzimos, a seguir, reportagem da Agência Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou nesta segunda-feira (11/9) sua participação na reunião de cúpula do G20. O Brasil, pela primeira vez, assumiu a presidência rotativa do organismo que reúne as 20 maiores economias mundiais. Lula destacou que o país assumirá o protagonismo “com tranquilidade” e trabalhará de forma altiva para combater a desigualdade e fortalecer laços amistosos entre as nações. “Todo mundo sabe que iremos colocar a questão da desigualdade como assunto principal da nossa discussão”, disse.

Lula também disse que quer levar o G20 mais próximo à população. “Nós queremos utilizar várias cidades brasileiras para que a gente faça o maior número de eventos possíveis do G20, tentar fazer um G20 mais popular. Ou seja, a sociedade se manifestar, a sociedade participar, para que a gente possa, nas conclusões, mostrar um pouco do retrato de um G20 mais participativo, de um G20 mais democrático”, disse.

Também está na pauta prioritária da presidência brasileira o estímulo à transição energética. O país trabalhará para que as nações adotem modelos mais verdes, com baixa pegada de carbono. Esta pauta foi tema de conversa entre Lula e representantes de nações desenvolvidas, como Joe Biden, presidente dos Estados Unidos.

“Vamos colocar na ordem do dia a questão da transição energética. O Brasil tem um potencial extraordinário na produção de energia limpa. Hoje, já temos, praticamente, da nossa energia elétrica, quase 90% totalmente limpa. E, no conjunto de energia, temos 50% contra 15% do restante do mundo. Então, nessa questão de combustível e energia limpa, o Brasil tem muito a ensinar aos outros países e, por isso, queremos compartilhar aquilo que somos capazes de produzir”, disse o presidente.

Alianças globais no G20
Um exemplo notável desse esforço é a criação da Aliança Global dos Biocombustíveis, uma iniciativa lançada pelo presidente Lula durante um evento em Nova Delhi, juntamente com os líderes da Argentina, Alberto Fernández, dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Essa iniciativa visa promover ativamente a produção e adoção de biocombustíveis, incluindo o etanol, com o objetivo de avançar em direção a um sistema de transporte global mais sustentável e ambientalmente responsável.

“Todo mundo sabe que o Brasil é o país que tem uma tradição, quase que de 50 anos, na produção de etanol. Todo mundo sabe o que tentamos fazer para que o mundo adotasse os biocombustíveis como alternativa ao petróleo. Já faz tempo, antes de qualquer crise de petróleo. É porque achamos que o mundo precisa ser despoluído”, disse Lula.

Nova ordem e a busca pela paz

Lula também falou do papel do G20 na construção de uma paz duradoura no mundo. Os esforços contra a guerra, para o presidente, passam por uma reforma na governança global. Particularmente em organismos como o Conselho de Segurança da ONU, que o Brasil pleiteia um assento definitivo ao lado de países como a Índia. “Vamos discutir é a questão da reforma das instituições multilaterais”, disse.

“O Banco Mundial precisa de mudança, é preciso que os países em desenvolvimento possam dirigir o banco. O FMI, desde a primeira reunião, a gente tenta propor mudanças e as mudanças são pequenas e não andam. E vamos também querer discutir a questão dos membros permanentes no Conselho de Segurança da ONU. É preciso mudar a geografia que está colocada lá, que é de 1945, e colocar uma geografia de 2024, ano que vai se dar a discussão no Brasil”, completou Lula.

Então, Lula também comemorou o entendimento do G20 de que a solução para a guerra entre Rússia e Ucrânia é um esforço coletivo pela paz. “Parece pouco, mas os países do G20 terem assinado um documento de que a melhor forma para encontrar uma solução para o conflito entre Rússia e Ucrânia é tentar trabalhar pela paz. É uma coisa que a gente vem pregando já há algum tempo e eu acho que é o único caminho. Eu acho que todo mundo está pegando consciência de que essa guerra já está cansando a humanidade, cansando as pessoas.”

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