Política neoliberal deixa Brasil vulnerável à crise do petróleo, diz Sergio Gabrielli

11/03/2020

Ex-presidente da Petrobras afirma que, ao abrir mão de refinarias, governo virou refém do mercado internacional

A guerra de preços de petróleo entre Rússia e Arábia Saudita pode causar estragos profundos na economia brasileira graças à política de desintegração da Petrobras adotada pelo governo atual, afirma José Sergio Gabrielli, economista e ex-presidente da estatal.

Segundo ele, ao abrir mão da produção em refinarias e focar apenas na exportação de petróleo cru do pré-sal, Bolsonaro pôs o Brasil refém do mercado internacional, ao passo em que fez perder autonomia para ajustar preços e controlar estoques – o que, em teoria, traria mais segurança aos investidores e evitaria a queda de quase 30% no valor de mercado da estatal, nesta segunda.

A crise foi motivada por um desentendimento entre Rússia e Arábia Saudita sobre o controle de produção no mercado petrolífero. A divergência fez o preço do barril de petróleo tipo Brent desvalorizar mais de 30%, a maior queda desde a Guerra do Golfo, em 1991.

Gabrielli afirma que as políticas neoliberais lideradas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, agravam os prejuízos com a crise internacional, já que enfraquecem o poder de reação interna do Estado contra movimentações que chegam de fora. De acordo com o economista, as consequências só seriam aliviadas se o governo retomasse a produção nas refinarias – o que, ao menos no discurso do governo, está longe de acontecer.

Ainda conforme o ex-presidente da Petrobras, existe a possibilidade de os preços baixarem para o consumidor de combustíveis, por exemplo. No entanto, a variação dos valores também  é dependente do mercado internacional, neste momento.

Clique no link abaixo, para ler a entrevista, na íntegra, no site Brasil de Fato.

https://www.brasildefato.com.br/2020/03/10/politica-neoliberal-deixa-brasil-vulneravel-a-crise-do-petroleo-diz-sergio-gabrielli

 

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