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Auto da Compadecida 2, Cinema
Virgínia Cavendish: O Auto da Compadecida 2 ‘é um presente para o público brasileiro’

31/12/2024

Reproduzimos, a seguir, informação extraída do portal Brasil de Fato.

O programa “Bem Viver”, da Rádio Brasil Atual, disponível em diversas plataformas de podcasts, conversou com atriz que interpreta a personagem Rosinha na continuidade de um clássico do cinema brasileiro

A atriz, diretora e produtora pernambucana Virginia Cavendish interpreta Rosinha em O Auto da Compadecida 2 – Foto: Luis Alexandre

Está em cartaz nas salas de todo o país o filme O Auto da Compadecida 2, continuidade de um grande clássico do cinema nacional. A dupla João Grilo e Chicó se reencontra 25 anos depois do lançamento do primeiro filme, O Auto da Compadecida, lançado nos anos 2000. Os protagonistas seguem sendo interpretados por Matheus Nachtergaele (João Grilo) e Selton Mello (Chicó). Além da dupla, mais um personagem do filme original segue em Auto da Compadecida 2: Rosinha, interpretada por Virgínia Cavendish. A atriz conversou com o Bem Viver sobre a emoção de dar continuidade a um filme tão querido para o público brasileiro. 

“É muito bonito ver isso, essa ansiedade, essa alegria nas pessoas que estão indo ao cinema assistir o dois, como [para] reencontrar velhos amigos, pessoas que fizeram muito bem a elas. Dá vontade de chorar só de falar isso, sabe? Porque não são mais nem personagens, são pessoas que fazem bem àquele público, que de alguma forma trouxeram uma alegria, um momento importante na vida. No CCXP foram mais de três mil pessoas assistindo. E você via jovens que não tinham nascido ainda na época do Auto um, chorando de emoção, porque foram criados vendo esse filme. É um presente pro público brasileiro, para mim e pra todo mundo que fez”, diz Virgínia. 

Depois de 25 anos, o desafio é manter o mesmo brilho dos personagens, mas com novas histórias: no filme, existe um salto temporal de 20 anos. Nesse contexto, Virgínia conta o processo envolvido na elaboração de sua personagem Rosinha.  

“O que a gente queria dizer através da personagem agora, para o público atual? Então, foi muito conversado com o Guel [Arraes, diretor do filme] e com a Flávia [Saraiva, também diretora], João [Falcão], que também participou do roteiro com Jorge Furtado e Guel. A construção dessa personagem, dessa nova mulher, tanto tempo depois, não podia ser qualquer coisa. Ao mesmo tempo é um casal muito querido e muito amado do brasileiro. Então, não vamos estragar essa beleza. E aí, pensando na personagem toda, foi isso, ‘quem é essa mulher agora?’ Qual a mensagem que a gente quer passar através da Rosinha, que é uma mulher empoderada, que é uma mulher que tem o trabalho dela, que é a mulher que tem um grande amor da vida dela, mas, mesmo por não estar com ele naquele momento, ela não perde o brilho de viver. Eu acho que as histórias do cinema, da ficção, colocam sempre a mulher num papel de necessidade de uma cara metade, e o filme mostra que sim, é possível ter um grande amor na vida, mas é possível ter muitas outras coisas interessantes na vida de uma mulher, além de ser um par romântico. E isso eu acho maravilhoso”, relata.

Virgínia também revela um dos grandes motivos pelos quais a história se mantém relevante até hoje, 25 anos depois de seu lançamento: a representatividade.

“O primeiro dia de exibição do filme foi um sucesso absoluto, o maior lançamento desde a pandemia e a maioria [do público] foi no Nordeste. Isso é uma coisa muito interessante, porque o Auto da Compadecida é um filme onde o nordestino se sente representado de uma forma muito maravilhosa. O filme é ode ao Nordeste, à cultura popular, aos personagens pobres, batalhadores, trabalhadores e à alegria desse povo. Eu acho que a gente ter lá no Nordeste a força maior de público mostra o quão o público é engajado com a obra popular do Ariano Suassuna. Isso é de uma força gigantesca, imensurável. Acho que não tem uma outra obra brasileira nordestina que tenha essa força tão grande com o povo nordestino todo”, afirma a atriz.

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