26/11/2024
Reproduzimos, a seguir, informação extraída do portal TVT News.
Ferramenta deve municiar estudantes e pesquisadores em estudos sobre as relações raciais
Capa e excerto do Glossário de Termos – Branquitude e Relações Raciais. Foto: Reprodução
No mês da Consciência Negra, o Observatório da Branquitude lança o Glossário de Termos – Branquitude e Relações Raciais com 39 termos técnicos sobre relações raciais e branquitude. O objetivo é municiar estudantes, professores, pesquisadores, jornalistas e demais pessoas interessadas sobre termos relacionados a assuntos de identidade racial branca, relações de poder e desigualdades raciais. Saiba mais sobre o Glossário de termos raciais na TVT News
O Observatório da Branquitude, iniciativa da sociedade civil dedicada a produzir conhecimento com foco na branquitude e suas estruturas de poder, reuniu, em uma única publicação, 39 termos técnicos mais utilizados nas discussões étnico-raciais. A obra digital é lançada nesta terça-feira (26) e está disponível no site da organização.
O documento que contextualiza e explica termos diversos como antirracismo, colonialidade, racismo estrutural, entre outros, tem o objetivo de contribuir com os estudos críticos sobre o tema, além de municiar estudantes, professores, pesquisadores e outros indivíduos interessados nas questões raciais.
Para Manuela Thamani, mestra em comunicação e co-diretora executiva do Observatório da Branquitude, a criação do material está em consonância com a própria existência do Observatório. “O cerne do trabalho do Observatório é gerar reflexão e instrumentalizar essas discussões para que possamos, com base em dados e incidência estratégica, nos mobilizar de forma mais assertiva por mudanças estruturais em prol de populações historicamente violentadas, como é o caso da população negra no Brasil e no mundo. O Glossário é uma pequena contribuição para a pavimentação desse caminho, dando definição e contorno às desigualdades para que elas possam ser combatidas”, relata Manuela.
Postura contrária ao racismo que representa um avanço tendo em vista que prevê não apenas a negação, mas também o combate ativo ao racismo em suas diversas expressões. O termo aparece originalmente em programas e políticas de reversão a leis de segregação racial nos Estados Unidos, como Jim Crow, e do apartheid na África do Sul. A partir dos anos de 2010, o termo se popularizou, e tem sido adotado como estruturante de movimentos negros com a reivindicação de posturas ativas contra o racismo.
Posição ou lugar racial de privilégio em contextos sociais, econômicos e políticos, independentemente da consciência racial, visto que o indivíduo branco é frequentemente percebido como a norma universal da humanidade. Este termo surgiu da compreensão do branco como uma posição racializada, mas socialmente vista como a essência da humanidade. Originário dos estudos críticos de branquitude (critical whiteness studies), popularizados nos Estados Unidos durante os anos 1990, o conceito foi estabelecido no Brasil através das pesquisas de Cida Bento (2002).
A concepção de estrutura social associa-se à ideia de uma sociedade organizada a partir de fundações essenciais, sistemas que regulam as relações sociais e de produção dentro dessa sociedade. Algo que serve como base, fornecendo o suporte para que as relações se desenvolvam a partir dela, sob as regulamentações da estrutura fundacional. Dessa forma, o “racismo estrutural” posiciona o racismo como um eixo fundador das desigualdades e das interseções nas relações e nos espaços sociais.
Entende-se por identidade racial a percepção social das características raciais ou étnicas de um indivíduo e como essa percepção influencia sua subjetivação, interação e posição na sociedade. Embora historicamente a discussão sobre identidade racial se concentre e se confunda com a discussão sobre a negritude, é importante reconhecer que a identidade racial se aplica a todas as pessoas.
Visto que pessoas brancas são tomadas como ideal universal na maior parte dos padrões culturais da modernidade, a branquitude é uma identidade racial que passa a ser discutida de forma sistemática mais recentemente, contudo a noção de identidade racial abrange a compreensão das experiências e percepções de todas as raças, reconhecendo tanto os desafios enfrentados pelas identidades raciais não-brancas quanto os privilégios da identidade racial branca.
Sob a compreensão de instituições como o acúmulo das normas, padrões e técnicas de controle que condicionam o comportamento dos indivíduos, o racismo institucional refere-se à perpetuação do racismo dentro do âmbito das instituições e organizações da sociedade. Isso ocorre devido à presença de uma lógica racista que permeia os espaços de poder, onde há concentração de capital, gestão de organizações e liderança financeira predominantemente entre indivíduos brancos.
Leia a obra completa no site do Observatório da Branquitude