21/07/2023
O cérebro é um órgão incrível e complexo. Tanto que possui uma efeméride só sua, o Dia Mundial do Cérebro, comemorado todo dia 22 de julho por iniciativa da Federação Mundial de Neurologia (WFN).
O órgão controla grande parte das funções humanas diárias e é a base da capacidade de comunicação, de tomada de decisões, de resolução de problemas, fazendo a vida dos indivíduos serem produtivas e úteis, como afirma a WFN.
É por isso que cuidar o cérebro e treiná-lo é essencial e exercícios físicos e atividades cognitivas podem fazer a diferença. No Dia Mundial do Cérebro, descubra quais atividades são ideais para a saúde deste órgão tão essencial para a vida.
1. Atividade física para a saúde do cérebro
O exercício físico traz benefícios para a saúde geral e também para o cérebro. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, exercitar-se ajuda a pensar, aprender, resolver problemas e manter o equilíbrio emocional. Ao mesmo tempo, pode melhorar a memória e reduzir a ansiedade ou a depressão. Por sua vez, acrescenta a agência norte-americana, a atividade física regular pode ajudar a reduzir o risco de declínio cognitivo, inclusive a demência. Pesquisas sustentam que o declínio cognitivo é quase duas vezes mais comum entre adultos inativos do que entre os ativos, diz a agência.
Os benefícios da atividade física também são apoiados pela WFN, que argumenta que a prática regular de exercícios retarda o declínio cerebral relacionado à idade e mantém as habilidades cognitivas; ela também ajuda a reduzir a pressão arterial, a prevenir doenças vasculares que levam a derrames e a manter um suprimento saudável de sangue para o cérebro.
De acordo com um artigo publicado pela Harvard Medical School (HMS), nos Estados Unidos, estudos associaram as melhorias cognitivas após a prática de exercícios (principalmente aeróbicos, como corrida ou ciclismo) ao aumento da capacidade do coração, dos pulmões e do sangue de transportar oxigênio.
“Como resultado, foram descritos efeitos cerebrais generalizados, como um aumento no número de vasos sanguíneos e sinapses, um aumento no volume cerebral e uma diminuição na atrofia cerebral relacionada à idade”, explica a faculdade de medicina. Além disso, foram observados efeitos mais localizados em áreas do cérebro ligadas ao pensamento e à solução de problemas, como o aumento do número de novas células nervosas e das proteínas que ajudam esses neurônios a sobreviver e se desenvolver, acrescenta a HMS. Conforme relatado em outro artigo da Universidade de Harvard, pesquisas mostram que o exercício físico regular é uma forma de melhorar as funções cognitivas, como recuperação da memória, solução de problemas, concentração e atenção aos detalhes. Melhorias cognitivas também foram demonstradas com outras formas de exercício, como atividades físicas que unem mente-corpo de baixa intensidade (como ioga e tai chi) e treinamento de resistência (ou seja, musculação). Entretanto, reconhece o autor do artigo, não se sabe exatamente como eles promovem mudanças cognitivas.Entretanto, é difícil definir a dose ideal de exercício para a saúde do cérebro.
Como explica o HMS, esse é um campo que está sendo estudado e os especialistas continuam a investigar as maneiras pelas quais o exercício altera a biologia, pois nem todo exercício é executado da mesma maneira e não tem os mesmos efeitos em pessoas diferentes.
2. As atividades cognitivas também melhoram a saúde do cérebro
Não é só o exercício físico que traz benefícios para a saúde do cérebro. De acordo com a faculdade de medicina, há evidências de que atividades criativas, como pintura e outras formas de arte, aprendizado de um instrumento, escrita expressiva ou autobiográfica e aprendizado de um idioma também podem melhorar a função cognitiva.
Entre os exercícios mentais sugeridos, a WFN menciona: educação para fortalecer a lógica, quebra-cabeças e jogos que usam o pensamento estratégico, como xadrez ou Sudoku.
“Já foi visto que, na medida em que estimulamos nosso sistema nervoso, geramos redes, conexões mais fortes”, diz Andrés Barboza, neurologista argentino e mestre em neuroimunologia, em um artigo da National Geographic.
De acordo com o especialista, as pessoas que tiveram mais treinamento ao longo da vida estão em uma posição melhor para lidar com os distúrbios de memória que vêm com a idade ou aqueles relacionados a patologias como a doença de Alzheimer.
Fonte: National Geographic Brasil